CAPÍTULO 2: Diana Downs (Ann Rule, Pequenos Sacrifícios, 1987) - 007
CAPÍTULO 2:
Parte 1: Quem são estas pessoas?
Judite Patterson achou que devia confortar a jovem mulher que tinha trazido as crianças feridas para o hospital - e tentar descobrir o que aconteceu.
A mulher identificou-se como Elizabeth DOWNS, mas disse a Judite que todos a tratavam pelo seu nome do meio, Diana. As crianças baleadas eram seus filhos: Christie Ann, oito anos, Cheryl Lynn, sete anos e Stephen "Danny" Downs, três.
Diana permanecia em estado de choque, falando num tom factual, inexpressivo, segurando as emoções. Vestia uma T-shirt azul clara que dizia "Nantucket" em letras que percorriam o seu amplo peito. Por cima, usava uma camisa também azul. Havia uma pequena mancha vermelha numa das mangas da camisa. As calças de ganga eram gastas, bem largas, mas ela tinha um porte físico perto da perfeição. Pareceu a Judite que era jovem, provavelmente vinte e poucos anos. A pele estava bem bronzeada, embora agora lhe parecesse que o bronze tinha um ar superficial como se fosse um verniz, sobre uma tez realmente branca como giz.
Judite pensou que Diana não era bonita. Dependendo do ângulo, parecia bela ou bastante simples. Tinha uma estrutura facial semelhante às das modelos: bochechas salientes e uma testa alta e redonda. Existiam traços de boneca nos contornos faciais de Diana, contudo estava longe de ser um rosto perfeito, marcado que era por um queixo bastante proeminente e uns lábios demasiado finos para dentes tão grandes. Quando olhava para o horizonte, o seu rosto era perfeito. Mas eram os olhos de Diana que sobressaiam mais. Grandes, bonitos, quase hipnóticos em intensidade, mas, de algum modo, desprovidos de profundidade. As pupilas - pensou Judite, eram cinzentas ou verdes, ou amarelas... dependendo de como a luz entrava por elas. Como acontece com as lentes de óculos de sol espelhadas, quem olhasse para aqueles olhos, via apenas a reflexão do seu reflexo. Não recebia qualquer informação sobre a identidade do portador dos óculos.
Diane insistia que havia um homem algures lá fora, com uma arma.
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