CAPÍTULO 2: Analizando o local do Crime (Ann Rule, Pequenos Sacrifícios, 1987) - 012

 Quase a chegarem à parte do percurso em que a estrada de Mohawk reconecta-se com a de Marcola, Diana diz:
-"Aqui". "Estamos bem perto. Foi aqui". 

A estrada tinha estreitado para uma faixa, sem possibilidade de dar meia-volta, na escuridão só se via, ocasionalmente, o branco do marco dos quilómetros da sinalética. Os arbustos eram espessos, uma neblina causada pela presença próxima do rio e árvores de Abeto... um local sombrio. O mais isolado e afastado de toda a estrada. Que assustador deve ter sido para uma jovem mulher e três crianças ao se depararem naquele lugar de penumbra com um homem armado - pensou o policial. 

Pai e filha espreitam pelo vidro da viatura mas não avistam ninguém. Claro que não. Por aquela altura, qualquer indivíduo teria tido amplo tempo para fugir. Ainda assim, o trio perscrutou a noite, procurando movimento pelos pastos, sombras... 

Policias da cidade de Springfield já se encontravam pelos campos e pela estrada a trabalhar com um cão de busca e mais estavam a caminho, vindos de Lane County, da própria Springfield e da Policia de Oregon. 

Diana quis saber porquê a busca estava a realizar-se com um cão apenas. "É só o que temos disponível no momento" - explicou Rutherford. "Mas estes campos estão cheios de cavalos. Se estiver um estranho por aí eles serão os primeiros a nos alertar" - comenta inteligentemente. 

- "Oh. Não sabia" - responde Diana. 

- "São quase tão bons quanto cães quando algo que lhes é estranho entra pelos campos"

Diana sempre adorou cavalos, sentia respeito pela sua enorme intuição e sensibilidade. Subitamente, lembrou-se de algo de que se esquecera durante toda a comoção. O carro amarelo. Tinha visto um estranho carro amarelo parado algures no percurso da estrada. Decidiram conduzir para o localizar. Procuraram-no, mas nada encontraram. Há medida que se aproximavam mais do lado sul da estrada Mohawk, passaram por uma enorme casa de campo. Diana avistou luz na janela superior e fez sinal ao pai. A luz logo se apagou. Rutherford também viu, mas não se preocupou. Faria pouco sentido que o atirador estivesse ali, pois chamaria mais atenções para ele mesmo, numa altura em que toda a área estava cheia de policiais. 

A ferida no braço de Diana estava a incomodá-la e ela queixou-se a Rutherford. O sargento pegou no rádio e pediu que alguém os fosse encontrar para a transportar mais ao pai, de volta para o Hospital. Ele ia ficar ali na cena do crime para ajudar na investigação.

Assim foi o início daquela que seria uma das mais notórias e massivas investigações criminais no Estado de Oregon. 

Uma das


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